27 de maio de 2012

O IMPOSTOR QUE VIVE EM MIM



A vida em torno do falso eu gera o desejo compulsivo de apresentar ao público uma imagem perfeita, de modo que todos nos admirem e ninguém nos conheça. A vida dedicada à sombra é uma vida de pecado. Pequei em minha recusa covarde — por temer ser rejeitado — de pensar, de sentir, de agir, de responder e de viver a partir do meu eu autêntico.


Recusamos ser nosso verdadeiro eu até mesmo com Deus — e depois nos perguntamos por que nos falta intimidade com ele. O ódio pelo impostor é na verdade o ódio de si mesmo. O desprezo pelo falso eu dá vazão à hostilidade, o que se manifesta como irritabilidade geral — irritação pelas mesmas faltas nos outros que odiamos em nós mesmos. O ódio próprio sempre redunda em alguma forma de comportamento autodestrutivo. O impostor e eu constituímos uma só pessoa." (MANNING, Brennan. O impostor que vive em mim).

E quem é o impostor? Meu ego não remido e impossível de remissão. Minha carne! O resquício que prova que ainda não estou pronto e aperfeiçoado no amor. O impostor sou eu quando recuso a graça. Sou eu quando uso de artifícios externos e superficiais para esconder todo o lixo que realmente sou. É uma faceta minha totalmente calculista, fria e inteligente que se atém a contornar situações que possam me revelar.

Com certeza, quando escondo meus defeitos é o impostor que está nos bastidores sussurrando ao meu ouvido cada atitude que preserve minha fachada. É o impostor que articula cada frase de efeito, cada gesto pueril, cada reação esboçada que mantenha distante qualquer sombra de quem realmente sou. Quando entregamos nosso ser a Cristo, o impostor é o primeiro prejudicado.

Ele vê diante de si todo seu trabalho ameaçado de ser desfeito e desmascarado diante de todos. É quem mais se inquieta à cada atitude de sinceridade, de humildade, mansidão e vulnerabilidade aos outros. Vê toda sua arte desfalecendo-se diante de seus olhos e com certeza fará tudo para o evitar. O impostor sabe que se estiver diante de Cristo, estará cego, pobre e nu. E que nenhuma sagacidade o poderá camuflar diante daquele que sonda quem somos.

Talvez, seja isso que me incomode quando ouço que sou "a certinha". Deus sabe que não sou! Ah, se realmente soubessem quem eu sou. Ah, se não me bastasse a graça! Não quero que as pessoas vejam em mim alguém arrogante em seus princípios puritanos. Não quero que se escondam de mim quando me aproximar. Quero ser como meu Mestre, atraente e agradável. Quero lutar contra o pecado, sim! Mas, não quero fingir que não peco! Ah, se as pessoas soubessem pelo menos o que se passa em minha mente no meu momento mais podre! Acho que jamais tornaria a me chamar assim!



Hoje eu vejo que sou um impostor que não esta com os olhos abertos pra que Deus quer que eu veja, e nem com o coração disposto a ser quem Deus quer que eu seja.

“A história atesta que a religião e as pessoas religiosas tendem a ser tacanhas. Em vez de aumentar nossa capacidade para desfrutar a vida, a alegria e o mistério, a religião frequentemente a diminui. A medida que a teologia sistemática progride, o senso de maravilhamento declina. Os paradoxos, as contradições e as ambiguidades da vida são codificados, e o próprio Deus é encaixotado, engaiolado, confinado dentro das páginas de um livro com capa de couro. Em vez de uma história de amor, a Bíblia é vista como um manual de instruções”. (Brenann Maning)



Quero ser mansa e humilde como meu Mestre, não a "perfeitinha" como Caifás. Quero atrair as prostitutas, os homossexuais, os drogados, os ladrões, os leprosos, os pobres e até mesmo aquele pior tipo de pessoa que existe. Aquela que se parece comigo... 

Banda Hibernia - E se eu disser que não by Camila Zaponi

É HORA DE AGIR!!




De um lado está o mar, do outro vem um exército poderoso, uma multidão indefesa neste meio, crianças a chorar, velhos a resmungar, homens a fingir não sentirem medo. Moisés seu líder vai orar. A resposta de Deus: “Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem”. (Êxodo 14:15)

A tempestade assola um barquinho no meio do mar. Homens barbados a tremer como crianças. Vem um vulto vindo, mais medo. É seu mestre andando sobre as águas. Pedro, o arrojado, pede para fazer o mesmo se aquele for realmente Jesus de Nazaré. A resposta: Vem! (Mateus 14:28)


Momentos finais de uma história eterna. O Messias quase pronto para subir aos céus. Últimas recomendações. Algumas dúvidas: O quê fazer agora? A resposta divina: IDE! Por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura. (Mateus 16:15).

Três situações diferentes. Em todas, o medo e a insegurança começavam a dominar suas mentes, ainda mais deles, homens que se tornariam exemplos, teriam seus nomes gravados na história. Faltava-lhe coragem talvez. Problemas surgiam de todos os lados. Mesmo ali, com Deus ao seu lado, resolvem esperar.

Às vezes tudo nos desespera, amedronta, afugenta. Talvez por causa das promessas fáceis, ou da gravidade do problema, ao 1º sinal de dificuldade paramos, resolvemos esperar, esperar e esperar. Escondemo-nos. Guardamos nossas emoções, sonhos, planos, certezas, fé, e abraçamos o medo. E ele nos domina, aos poucos. Primeiro ataca nossas barreiras, destrói as defesas, e invade o sistema nervoso, paralisando cada parte de nosso frágil (forte) corpo. E ao nos vermos assim resolvemos apenas esperar, esperar e esperar. E usamos nosso Pai Celestial de álibi. “Estou esperando em Deus.”

Acorde pangaré. A vida está a passar a sua frente, o trem já esta em movimento, o cavalo encilhado já passa correndo, e você fica aí a olhar, a ver a banda passar cantando coisas de amor. Você diz que está à espera de uma resposta, mas Deus já te deu. “Diga ao povo que MARCHE!”. Não adianta, não espere cavalos brancos, trazendo um arcanjo, que descerá em meio a trovoadas, com céu a se abrir, desembrulhando um rolo e dizendo: Eis que Deus te diz: “Namore”, “Arranje um emprego”, “Almoce”, “pregue”, “Evangelize”. Ele já te ensinou o que fazer. 

Se somos um com Cristo, e o Espírito Santo habita em nós, não precisamos ficar a espera de Deus, Ele já está em nós, todos os dias, em comunhão, a falar ao nosso coração, talvez seja apenas nós que escutamos, mas fingimos não escutar para continuarmos na nossa comodidade. Pensando bem agora, tem uma “historinha” de algo parecido, de alguém que resolveu apenas esperar Deus.

“Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.

Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?

Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.

Tirai-lhe, pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.” 
Mateus 25:24-29


#Biah



Texto escrito pelo Calebe Paranhos do Juventude na Rocha.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...